20081129

...Guarda ainda hoje o mensageiro da desgraça, algo que o humano inventou para comunicar, algo que lhe comunicou a grave perda da sua vida. Ainda de lembra de ter lido naquela manha tão rotineira, algo que arruinou a sua vida para sempre, a partir desse dia a sua metamorfose terminou, ele já não era um belo anjo, mas sim um perfeito vazio.
-Fosse a mentira capaz de entrar na minha vida adentro por mil brechas que não tuas, se tu hoje foste daqui, eu irei contigo, leva o meu coração contigo meu anjo, pois nunca o darei a mais ninguém, ele foi teu antes, será teu sempre, ninguém mais precisa dele, ninguém precisa mais do meu carinho, essa palavra vai na mesma caixa que o meu coração, juntamente com todos os mais belos adjectivos que existem na terra, esses a ti te pertencem, dou-tos com o mais alegre sorriso na face, o ultimo verdadeiro. Que o amor morra como tu, não preciso dele se não o poder oferecer a ti. Sónia, toma conta do meu ser, eu trato de tomar conta do que cá fica, a triste saudade de não saber mais o que é ter algo que sempre foi mais que a agua e o sol. Morro de vontade de morrer; é estúpido, mas a estupidez faz parte de mim agora - disse ele, deixando a caixa negra aos pés da pedra tumular -tal como o material de que é feita agora a tua casa, também o meu peito se forrou, para caso algum dia queiras lá voltar a viver.
Nunca pensou ele que a ultima lágrima de sangue fosse tão pesada como se todas as suas veias chorassem tão grande perda. Fecham-se as portas do cemitério, foi a ultima vez que ele foi lá visto, foi a ultima vez que ele a viu, foi a morte de duas pessoas na mais bela e triste sinfonia; o amor perdido...


(excerto de uma passagem do meu livro, tem muita coisa para mudar, especialmente o "ele", ainda não arranjei nome para este personagem, de qualquer das formas opinem ou coisa do género, agradeço)